terça-feira, 29 de maio de 2012

DESEJO
Fátima Irene Pinto


Meu corpo pede teu corpo
E pede com tanta avidez
Que só de pensar-me em teus braços
Estremeço, vibro, enlouqueço de vez...

Meu corpo pede teu corpo
E no simples toque de nossas mãos
Sinto arrepios, solto faíscas
Na exata medida da minha atração...


Meu corpo pede teu corpo
Meus lábios se abrem para os beijos teus
São toques, mordidas, suaves, vorazes
Teus lábios que sugam e devoram os meus...

Meu corpo pede teu corpo
Me aninho por inteira no teu peito
Me enrosco, me encosto, me aperto, me achego
Te quero, te puxo, te sinto, te estreito...


Meu corpo pede teu corpo
São agora carícias atrevidas, sem pudor
São mãos que exploram ensandecidas
Nossos corpos que se entregam por amor...

Meu corpo pede teu corpo
Olhos nos olhos, fixos, perplexos, comovidos
Reluzem, brilham, explodem, espelham
Expressam toda a fúria dos desejos reprimidos...


Meu corpo pede teu corpo
E então estamos na mesma louca sintonia
Pulsando, vibrando, gritando de prazer
Em movimentos cósmicos, na mais completa alegria...

Estás assim dentro de mim, estou em ti
Num leito imaginário, em algum ponto do infinito
E tão grande, tão intenso nosso amor
Que o universo conspira silencioso ante nossos gritos...

”Sabe o que quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma... porque sem ela, não poderia mais sentir a mim mesma.”

((Clarice Lispector))
Meu corpo fala...
Entre milhões de arrepios...
Na ausência das Palavras...
Quando meu maior desejo...
É sentir você...

Dolce Bárbara

quinta-feira, 17 de maio de 2012

trecho do livro "A senhora de Avalon"

"Os sacerdotes e sacerdotisas dançavam em circulo em volta da fogueira, enquanto a suma sacerdotisa jogava incenso no fogo.Era o ritual do solstício do verão."O velho druída mexeu os braços:-o que existia no princípio?tente imaginar...Um vazio, o nada?Um ventre grávido do mundo?Se você puder imaginar, já existia potencialmente, no entanto era tudo diferente do que você imagina, pois era a força, era o vazio.Era o que era e o que não era...Uma unidade eterna e imutável...Mas chegou o momento da diferenciação...Uma vibração pulsou na imobilidade..."O sopro da respiração num brado silencioso,O que estava contido explodiu...escuridão divina e celestial,tempo e espaço surgindo pujantes,Senhor e senhora, par sagrado...Irmãs, irmãos, digam seus nomes!"-Nós o chamamos de Lugos!-gritaram os Druidas-Senhor da luz!Atrás deles os mais jovens começaram a cantarolar de boca fechada-Nós a chamamos de Ringatona, Grande Rainha!- responderam as sacerdotisas.Disseram mais nomes.A suma Sacerdotisa falou por todos:-"Eu sou o mar do espaço e a noite original,eu sou o ventre da escuridão e da luz;Eu sou o fluxo sem forma, descanso eterno,matriz da qual toda matéria se manifesta;Eu sou a mãe cósmica, a grande profundeza,de onde a vida emerge e para onde retorna para dormir..."O sacerdote respondeu:-"Eu sou o vento do tempo, dia eterno...eu sou o cajado da vida, eu sou caminho;eu sou o verbo do poder, a fagulha original,ato de ignição e movimento em seu arco;eu sou o pai cósmico, cetro radiante,fonte de energia, a semente de Deus!"A suma sacerdotisa estendeu o braço por cima do fogo aceso-Do meu ventre...-Pela minha vontade...-disse o Druida estendendo o braço também, de forma que as mãos quase se tocavam,-A luz da vida aparece!-disseram em unissomo, e os gravetos entrelaçados explodiram em chamas derrepente-Assim queima o fogo sagrado!- Exclamou o Druida- É hora do triunfo da luz...Neste momento reinvidacamos seu poder.Através da união de nossas forças manteremos este fogo aceso durante as horas mais escuras e seremos vitoriosos.-Este fogo será um farol, a luz que será vista em todas as terras- Disse a sacerdotisa- Que a luz nos traga um defensor, para manter a terra em paz e segura.-Ela tirou um tição aceso do fogo.-Assim seja-Respondeu o sacerdote.Ele também pegou um graveto incandescente e segurou-o para o alto.Um por um dos presentes também pegou um graveto...Uma águia apareceu, voou sobre eles e sumiu no céu...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

De dentro para fora... 

:: Rubia A. Dantés ::

O que mais queremos é a felicidade e passamos a vida nessa busca incessante acreditando que se tivermos determinadas coisas, estaremos felizes.... um relacionamento, um emprego, uma casa etc. Buscamos as coisas que acreditamos que vão nos fazer felizes, e em cada época da nossas vidas, algumas coisas são mais importantes e focamos na busca por sucesso naquela área...

Só que uma coisinha pode atrapalhar em muito o encontro da tão sonhada felicidade... é que quase sempre temos idéias formadas de como as coisas têm que ser para que nos façam felizes. Imaginamos uma pessoa com tais requisitos para ser aquela pessoa especial, ou aquela casa dos nossos sonhos precisa preencher também determinadas necessidades. para ser a casa dos nosso sonhos... e assim com todas as coisas que acreditamos vão nos fazer felizes colocamos características para serem preenchidas...

É claro que a gente querer as coisas e sonhar com o que queremos pode mesmo atrair aquilo para nossa vida, mas... nos prender à forma que escolhemos e eliminar tudo que foge àquela forma, pode, na verdade, ser uma maneira muito sutil de auto-sabotagem e de nos fechar para a vida.

Muitas vezes, a pessoa que vai nos fazer feliz não se enquadra em nada do que imaginamos... a casa onde vamos realizar nossos sonhos pode passar longe do modelo que nossa imaginação criou... e o trabalho que alimenta nossa alma pode nem de perto se encaixar ao que acreditamos ser o ideal... o local e a maneira onde vamos alcançar uma evolução espiritual pode ser muito diferente de tudo que já imaginamos.
Muitas vezes, esses modelos "ideais " que criamos são filtrados por nossas memórias equivocadas que são extremamente limitadas e nem sempre refletem realmente o que vai nos fazer felizes. Quantas coisas eliminamos por não ser "o que tem a ver comigo".
Quase nunca nos lembramos que esse "tem a ver comigo" não tem nada realmente a ver com quem verdadeiramente somos.

A felicidade muitas vezes chega de forma surpreendente... mas, para isso, é preciso que a gente se permita experimentar o novo... se permita abrir para as coisas que a vida nos oferece, mesmo que aquilo não se enquadre aos nossos modelos ideais... é bom lembrar que esses modelos podem ser os ideiais das nossas memórias e não da nossa Alma... Para a Alma, não existem os limites fixos que nossas memórias do passado querem nos impor.

Acredito que a felicidade independe de coisas fora da gente... e que quanto menos regras e padrões a serem preenchidos, tivermos... mais estaremos fluindo em felicidade... e que quanto menos modelos prontos a gente seguir, mais fácil será usufruir da felicidade que a vida tem a nos oferecer...

Se nos esvaziarmos dos desejos do ego e permitirmos que nossa Alma nos leve suavemente para os encontros e para as experiências que vão nos fazer evoluir, será mais fácil desfrutar a felicidade a cada passo... no presente.
Temos fórmulas... modelos... porque não confiamos que o Grande Mistério pode nos prover de tudo a cada dia e que seremos felizes assim...

Mas passamos grande parte da vida descartando coisas e buscando outras que se enquadrem em nossos ideais de felicidade... para um dia descobrir que não era nada daquilo e que a felicidade vem de dentro para fora... e não de fora para dentro...

http://www.stum.com.br/conteudo/c.asp?id=12063